Muito cansados os artistas chegaram ao Paraíso Natural.
Indo desvelando aos poucos os segredos bem guardados.
Rumaram pelas ruas da cidade, pintando, esculpindo com as gentes e as crianças absorventes.
Andaram de miradouro, em miradouro, de penhasco, em penhasco…
Nada ficou por admirar, estonteados de surpresas sorviam a atmosfera acolhedora.
Dados à partilha, ao diálogo, à dávida e à descoberta foram ensinando suas artes.
Ambos, público e artistas, criaram uma osmose perfeita.
quinta-feira, setembro 08, 2011
sábado, junho 04, 2011
Histórias de vida de José Nuno Guedes do Nascimento e de Maria Lúcia Guedes Rodrigues do Nascimento
terça-feira, maio 24, 2011
Histórias de vida de Serafim Cardoso da Silva Botelho e de Maria Ilda Vieira Duarte
Histórias de vida de Serafim Cardoso da Silva Botelho e de Maria Ilda Vieira Duarte
Entrevistadora: Maria Olinda Rodrigues Santana
Local da entrevista: Senhora da Hora, na Cafetaria Quinta da Lagoa, propriedade de Serafim Cardoso da Silva Botelho.
Data da entrevista: 19 de abril de 2011
Esta entrevista foi realizada para a Casa das Memórias.
segunda-feira, maio 23, 2011
Biografia do Abade António Pinto Santana
Abade António Pinto Santana, no jardim da sua quinta de S. Pedro de Croca (Penafiel) |
Arquivo do Padre António Pinto Santana (1892-1963)
por Olinda Santana
António Pinto Santana (1892-1963) meu tio-avô paterno, era tio e padrinho do meu pai, António Pinto Santana (1926-1994), seu homónimo. Adquiri, aquando das partilhas dos bens do meu tio-avô por todos os seus herdeiros, a sua biblioteca e arquivo pessoal.
domingo, maio 15, 2011
Fotografias da família de Ana Martins Coelho e de Avelino de Oliveira Lima
Fotografias da família de Ana Martins Coelho e de Avelino de Oliveira Lima, pais de Maria Hermenegilda Martins de Oliveira Lima.
Figura 1 frente: Manuel Martins Coelho
quarta-feira, maio 11, 2011
História de vida de José Vitorino Pinto Santana
quinta-feira, maio 05, 2011
Escrita quotidiana
Manhãzinha
Ao tomar o pequeno-almoço, ouço na TV5 um documentário sobre Ritsos.
Como é possível não conhecer um Poeta que Neruda considerava melhor do que ele próprio?
Fotobiografia de José Vitorino Pinto Santana:
Maria Olinda Rodrigues Santana
José Vitorino Pinto Santana: fotobiografia de um médico na segunda metade do século XX
Porto
2010
Sumário
Introdução 8
1. – Breve enquadramento histórico-político no âmbito nacional e internacional 12
2. – A cidade do Porto: breves considerações 15
3. – Biografia de José Vitorino Pinto Santana 19
3.1 – Presença marcante no Órfeão Universitário do Porto 23
3.1.1 – Recordado pelos colegas orfeonistas da Academia Portuense 39
3.2 – A Queima das Fitas com os amigos e a namorada 41
3.3 – Namoro e casamento 53
3.4 – Guerra Colonial em Moçambique 61
3.4.1 – Cartas de amor em tempo de guerra 64
3.5 – Vida profissional 81
3.6 – Director Clínico do Futebol Clube do Porto 87
Conclusão 95
Referências bibliográficas 97
Índice de fotografias 100
Introdução
Dois objectivos nortearam este trabalho, um, de índole sentimental: render uma justa homenagem ao meu tio e padrinho, um homem e um médico de envergadura singular, e, um outro, de índole científica: estudar um pequeno acervo familiar composto por escrita quotidiana gravada por ele e pela esposa, numa correspondência de amor e guerra e em fotografias de ambos, documentação produzida num período difícil das suas vidas: a guerra colonial vivida, na primeira pessoa, por meu tio em Moçambique, e, na segunda pessoa, por minha tia e madrinha, na cidade do Porto, nos anos de 1967 a 1969. Recuperei ainda alguma escrita quotidiana do período académico de meu tio e da sua extraordinária actividade no Orfeão Universitário do Porto, antes e depois de ter terminado a sua licenciatura em medicina, em 1957.
Como é sabido, na actualidade, a historiografia consagra grande atenção aos trajectos das pessoas comuns, com frequência, estes trilhos ficam cinzelados nos seus escritos quotidianos. Todos temos uma vida comezinha, por mais extraordinários que sejamos, por mais cargos e títulos que possuamos. Não são só os ilustres, os letrados, os estadistas que ocupam as páginas dos livros de história, mas todas as pessoas comuns, pois todos deixamos marcas pessoais, espaciais e temporais nos textos redigidos no dia-a-dia. Todos os membros de uma sociedade que tenham frequentado a escola durante alguns anos produzem escritos quotidianos ou populares (Albert 1993). Todas as pessoas, nalgum momento da sua vida, produziram escritos autobiográficos da esfera pessoal, tais como: diários, memórias, cartas, postais ilustrados, poesias, legendas nas fotografias. Essas mesmas pessoas produzem ainda escritas domésticas: livros de contabilidade, livros de receitas, ementas, cadernetas bancárias, canhenhos, livros de família: nascimento, comunhão, casamento; agendas, entre outros. Para além dos escritos da esfera pessoal, íntima e doméstica são produzidos também escritos associados à esfera da vida profissional, registados pelos alunos nas escolas, nas universidades (cadernos escolares, agendas), pelos professores (preparação de aulas, sumários, materiais de apoio escolar, agendas profissionais), pelos funcionários administrativos das mais diversas instituições (missivas várias, informações, circulares, formulários, pareceres, actas, etc.) ou noutras profissões (apontamentos vários, documentos avulso, etc.).
Como verbaliza Philippe Artières, citando George Perec (1974):
existem poucos acontecimentos que não deixam ao menos um vestígio escrito. [Se] Quase tudo, em algum momento, passa por um pedaço de papel, uma folha de bloco, uma página de agenda, ou não importa que outro suporte ocasional sobre o qual vem se inscrever, numa velocidade variável e segundo técnicas diferentes, de acordo com o lugar, a hora, o humor, um dos diversos elementos que compõem a vida de todo o dia’ (…) ‘não conservamos senão uma parte ínfima de todos esses vestígios.
Por quê? Primeiro, porque a perda é induzida por certas práticas (a correspondência, por exemplo, é por natureza uma escrita perdida). Depois, porque dessa vida de todo dia, retemos apenas alguns elementos (um diário íntimo por exemplo, é por definição uma seleção e não é jamais exaustivo). Enfim, porque fazemos triagens nos nossos papéis: guardamos alguns, jogamos fora outros; damos arrumações quando nos mudamos, antes de sairmos de férias. E quando não o fazemos, outros se encarregam de limpar as gavetas por nós. Essas triagens são guiadas por intenções sucessivas e às vezes contraditórias (Artières 1998: 1-2).
Todo o manancial documental, que fomos acumulando e continuamos a produzir no nosso dia-a-dia, está a ser guardado nas nossas casas, nos nossos gabinetes de trabalho, nas secretarias das instituições onde trabalhamos, mas o que acontece frequentemente é que muita dessa documentação é enviada para o lixo periodicamente, no final do ano escolar, no final do ano civil, com a mudança de gabinete, de serviço, etc.
Em Portugal ao contrário do que acontece noutros países europeus, tais como: em França, em Itália, na Alemanha, na Suíça, em Espanha, onde há o hábito enraizado de escrever em pequenos cadernos (‘moleskines’), em agendas, em livros de memória e, sobretudo, onde há o costume de preservar esses escritos, entregando-os aos arquivos, a associações culturais, para que estes passem de geração em geração as pessoas escondem ou deitam fora os seus escritos pessoais. A maior parte das vezes, quando os herdam deitam-nos fora ou vendem-nos. Recentemente, adquiri um acervo pessoal de uma senhora portuense (Maria Irma Nunes de Sousa), que viveu grande parte do século XX (1910-1989), na sua cidade. Tive oportunidade de preservar e estudar esse acervo, porque um familiar, segundo creio, o deu ou vendeu.
No nosso país, há muito receio da exposição pública, há medo de mostrar aos outros os sentimentos, as dúvidas, as hesitações, etc. As pessoas preferem rasgar os seus documentos ou deitá-los fora e, só muito excepcionalmente, têm gosto neles e os querem dar a conhecer. Apesar deste cenário um pouco negro e pouco estudado em Portugal, os escritos quotidianos existem nos contextos pessoais, familiares e sociais que nos são próximos. É preciso acautelar, guardar estes escritos, porque eles servirão para dar consistência à nossa memória pessoal, familiar e colectiva.
Actualmente, com o uso das novas tecnologias os escritos quotidianos podem ser estudados e divulgados, ganhando uma nova vida. Basta para tal ter o cuidado de os colocar nas redes sociais. Por exemplo, no facebook, encontram-se inúmeros livros de família construídos com escritos quotidianos (fotografias, legendas, pequenos textos). Nos incalculáveis blogs encontráveis na internet, os bloguistas estão constantemente a produzir escritos quotidianos para todos os cibernautas. Qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo pode ler/conhecer os escritos quotidianos dos outros, pode dialogar com eles, pode completá-los, pode questioná-los, pode criticá-los. O grande problema com que nos debatemos presentemente é o de saber como arquivar para o futuro todo este manancial informativo. Esta é uma questão a retomar noutro lugar.
Voltemos aos objectivos deste trabalho.
Como explicitei atrás, o motivo que me levou a escrever este texto foi um motivo pessoal: o de oferecer à minha tia e madrinha uma fotobiografia do seu marido, recentemente falecido, permitindo que o recorde ao visionar as suas fotografias, ao ler as suas dedicatórias, no fundo, ao rememoriar o seu percurso vivencial. Outro motivo que me moveu foi o facto de o meu tio e padrinho ter sido um homem extraordinário, um humanista, um médico, como já não existia no seu tempo: dedicado aos seus doentes, sempre ajudando e amparando os mais pobres, um verdadeiro “João Semana”. Para mim, o meu tio e padrinho sempre foi e continua a ser um modelo de humanista e de profissional abnegado. Não se deixou atrair pelas frívolas vaidades, pelo materialismo, pela avidez tão característica e tão impregnada nos profissionais de saúde.
Lembro-me de quando me formei, tinha eu 22 anos, o meu tio e padrinho me ter recomendado, seriamente, que não seguisse o seu exemplo. Sentia-se bem consigo mesmo, mas considerava que tinha abdicado um pouco em demasia do gosto pelo materialismo, pelo bem-estar económico, pela segurança financeira, tendo, talvez, prejudicado materialmente a sua família mais próxima (esposa e filhos). Repliquei que o que o tornava diferente e mais estimado do que os seus colegas era, precisamente, não se ter deixado corromper pela ganância, pela ambição desmedida, pelo vil metal. Por certo, prejudicou financeiramente a sua família, não tendo exercido a sua profissão com o objectivo de enriquecer como o fez e o faz a maior dos seus colegas – mas com a nobre finalidade de atenuar o sofrimento dos outros. Quanto ele foi maior, mais digno, mais venerado pelos seus doentes e pelos funcionários dos serviços onde trabalhou. Quão diferente era de maior parte dos colegas! Constantemente preocupados em levar os doentes do Serviço Nacional de Saúde para os seus consultórios privados e clínicas, para assim aumentarem ou criarem os seus cabedais, enquanto o meu tio se preocupava com as precárias condições económicas dos seus doentes e os encaminhava do seu consultório privado para o Serviço Nacional de Saúde, para lhes mitigar o peso, já de si grande, das doenças com que se debatiam. Não admira, portanto, que ainda hoje todas as pessoas que o conheceram o recordem com saudade e carinho, desde os doentes aos funcionários do Hospital de S. João, onde foi médico especialista em urologia, durante décadas. Na verdade, as boas acções são mais importantes do que o dinheiro acumulado, pois as boas acções falarão por nós depois do nosso desaparecimento, e o dinheiro será gasto sem deixar lembrança.
Por estes motivos, ele continua e continuará a ser um modelo para todos aqueles que vêem na ciência e na técnica um serviço, um arrimo, um conforto e não um meio de atingir vaidades, patrimónios e lugares de destaque numa sociedade movida por interesses mesquinhos e pouco nobres. É evidente que é mais fácil ser como a maioria, ser uma peça defeituosa entrosada numa engrenagem infecta, num sistema subvertido. O difícil é ser íntegro, humano, atento aos outros. José Vitorino Pinto Santana foi um homem recto, um ser humano admirável, um profissional inexcedível.
Nos testemunhos dos seus colegas e amigos, que oferecemos à frente, ficaram rememoradas as suas qualidades de amigo, de cantor de “fado de Coimbra” e de médico humanista.
O segundo objectivo deste texto de cariz mais científico também foi cumprido. Conseguimos salvaguardar e estudar um acervo familiar representativo de uma época da história recente, dando especial destaque a um período crítico da nossa história, a guerra colonial vivida por um jovem casal portuense, na segunda metade do século XX.
Nota: para ler mais consulte http://www.sitiodolivro.pt/
Nota: para ler mais consulte http://www.sitiodolivro.pt/
sexta-feira, abril 15, 2011
Olinda Santana, docente da UTAD
“Sem investigação não há ensino de qualidade”Natural da freguesia de Massarelos, no Porto, Olinda Santana é docente, há 22 anos, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e uma das investigadoras mais dinâmicas nas áreas da cultura e da linguística.
Com cerca de 30 obras publicadas e outros tantos artigos, na sua maioria relacionados com a história e a cultura da região, a docente do Departamento de Letras, Artes e Comunicação, desde o início da sua carreira, que se interessou pelos documentos históricos, particularmente pelos forais medievais e modernos.
Formou-se na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e rapidamente começou a docência, no ensino secundário. Leccionou português e francês no ensino secundário, em várias escolas do Porto, durante cinco anos até que teve conhecimento da abertura de um concurso público para assistentes estagiários na jovem Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro sedeada em Vila Real, corria o ano de 1989. “Foi uma decisão arriscada. Deixei um lugar do quadro no ensino secundário e candidatei-me a um lugar de assistente estagiária, na UTAD. Na altura, foi um risco, vim para uma cidade que desconhecia, para um nível de ensino diferente, mas, passados mais de 20 anos, não me arrependo de o ter feito, pelo contrário, foi e continua a ser um desafio aliciante”, referiu convicta. Entretanto, já havia colaborado com o Professor Mário Vilela na elaboração de um Dicionário de Português Básico, de resto, a primeira obra de lexicografia em que participara.
“Na UTAD, comecei por leccionar Sintaxe e Semântica do Português e ainda História da Língua Portuguesa, cadeira em que acabei por me especializar, por estar ligada à minha investigação”, revelou. Décadas depois, os cursos via ensino onde leccionava acabaram por ser extintos e foram criados os cursos de Ciências da Comunicação e Línguas e Relações Empresariais. Nestes novos cursos, lecciona “Análise do Discurso e da Imagem” e “História Regional e Local”, respectivamente. Rege ainda um seminário de “História Regional e Local” no Mestrado de Ciências da Cultura.
A extensão universitária permitiu-lhe um maior contacto com a cultura e costumes transmontanos e alto durienses. “Foi através dos forais que desenvolvi uma maior proximidade com a região e respectivas autarquias. As minhas Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, por exemplo, foram sobre os forais antigos e manuelino de Vila Real, um trabalho de edição de texto e tratamento estatístico-linguístico bastante desenvolvido, que foi muito bem aceite na comunidade académica. No Doutoramento Europeu, feito na UTAD e na Universidade de Toulouse-Le-Mirail II, em França, estudei o “Liuro dos Foraes Nouos da Comarqua de Trallos Montes”, fiz o estudo histórico e estatístico-linguístico de todos os forais novos dados por D. Manuel I à “província” de Trás-os-Montes. Apliquei a esse corpus uma metodologia estatístico-lexical: “o meu doutoramento foi o primeiro doutoramento europeu defendido em Portugal na área das Ciências Humanas e Sociais”.
Miranda do Douro no coração
Foi o foral manuelino de Miranda do Douro que a conduziu àquele concelho raiano.
“O foral manuelino de Miranda do Douro é o primeiro do Livro dos Forais Novos, é o modelo de muitos outros forais transmontanos. Sabia que ele fora transcrito pelo Abade de Baçal no próprio concelho, mas quando fui à procura dele, já não estava lá. Foi então que consegui contactar por telefone o Dr. António Maria Mourinho, também ele investigador de filologia, etnografia, literatura mirandesa, coreografia, entre outras áreas do saber, que estava aposentado e a residir em Lisboa”, adiantou. Ficou a saber que o Padre Mourinho, como era tratado, possuía muita documentação ainda por arquivar e estudar. António Mourinho faleceu em 1996, antes de poder terminar toda a sua investigação. Mas o seu trabalho não estava destinado a ser esquecido. Olinda Santana, após concluir o doutoramento, foi a Miranda saber da situação do acervo do antigo pároco de Duas Igrejas.
“A autarquia não tinha ninguém para tratar e estudar a documentação legada pelo insigne mirandês, eu voluntariei-me para fazer esse trabalho com uma pequena equipa da UTAD. Enquanto docente e investigadora da UTAD e tendo a universidade, na altura, um pólo universitário em Miranda do Douro, fazia todo o sentido ser uma investigadora da UTAD a tratar, estudar e divulgar o acervo do Dr. Mourinho”, reconheceu.
Segundo Olinda Santana, “o Arquivo de António Mourinho é multifacetado e singular, porque contém um arquivo fotográfico, um arquivo sonoro, uma biblioteca e um arquivo documental”. “Mourinho tinha plena consciência de que o seu arquivo seria muito importante para as gerações futuras”, pois como costumava dizer “Miranda do Douro era ainda, no seu tempo, um imenso tesouro etnográfico” que precisava de ser preservado para os vindouros. Foi esse tesouro que Mourinho guardou em palavras, em imagens e em sons.
“Fiz um projecto sobre esta matéria e fui apresentá-lo ao saudoso Reitor Professor Torres Pereira, que ficou radiante com a minha proposta, dada a grande paixão que tinha por aquela terra”, disse. O projecto começou em 2001 e em 2004 foi criado o Centro de Estudos António Maria Mourinho (CEAMM). Todos os anos são realizados diversos eventos e publicações em torno do Arquivo do obreiro da oficialização da língua mirandesa.
Com a inclusão de novos cursos (Ciências da Comunicação e Línguas Estrangeiras Aplicadas), a docente direccionou a sua aptidão para outras matérias, tendo criado, por exemplo, a cadeira de História Regional e Local. “Para sermos bons professores temos que fazer investigação de qualidade, as nossas cadeiras têm de estar ligadas às nossas pesquisas”. Pretende editar, no próximo ano, um dicionário completo sobre os forais novos de Trás-os-Montes, bem como as correspondências trocadas entre o Professor Joaquim dos Santos Júnior e António Mourinho.
Nos últimos anos, mais concretamente desde 2006, que é investigadora da Rede de Arquivos e Investigadores de Escrita Popular (REDAIEP) da Universidade de Alcalá de Henares de Madrid. Actualmente, estuda vários arquivos de escrita quotidiana: “Foram os meus colegas espanhóis que me mostraram o interesse desta nova área. Nos últimos anos, tenho apresentado trabalhos sobre escrita quotidiana nos congressos anuais organizados pela REDAIEP em vários arquivos e universidades espanholas”.
Foram inúmeras as exposições que organizou sobre a escrita popular, actividades desenvolvidas no âmbito do Ciclo Cultural da UTAD, um projecto por ela encetado, em 2008, que visa promover as artes e a cultura na academia. Desde então, realizaram-se peças de teatros, exposições de pintura, fotografia, artesanato, conferências, palestras, entre outras actividades.
Há alguns anos atrás, conheceu o Padre Dr. João Parente, considerado o maior historiador e arqueólogo do distrito de Vila Real. Em conjunto com o pároco, já realizou várias conferências e algumas visitas a locais arqueológicos. “Trata-se de um grande estudioso. Está a concluir, neste momento, uma obra de três mil páginas com toda a documentação medieval do distrito de Vila Real: uma traduzida do latim e outra escrita em português arcaico. Na sua obra, que eu tive a honra de prefaciar, são editados os documentos régios outorgados às comunidades do distrito de Vila Real durante mais de seis séculos”, revelou.
Relativamente ao Ciclo Cultural da UTAD, no mês de Abril, será mostrada uma exposição fotográfica “Relembrar Auschwitz – Birkenau” de José Paulo Santos, repórter fotográfico. No mês de Maio, o Ciclo apresentará uma exposição de pintura, duas conferências: uma sobre João de Araújo Correia e outra sobre o “O Castro de São Bento e o seu ambiente arqueológico”, e contará ainda com a apresentação de dois livros “azimute” e “descravidades”, bem como uma visita arqueológica ao referido castro.
Através do endereço www.cicloculturalutad.blogspot.com é possível seguir todas actividades culturais da academia.
Filipe Ribeiro
Subscrever:
Mensagens (Atom)